A IMPORTÂNCIA DAS MÍDIAS NO ENSINO DE HISTÓRIA.


A IMPORTÂNCIA DAS MÍDIAS NO ENSINO DE HISTÓRIA 
Disponível em: http://www.sied-enped2016.ead.ufscar.br/ojs/index.php/2016/article/view/1746/741. Acesso em 11 mar. 2020

THE IMPORTANCE OF MEDIA IN TEACHING HISTORYRenato Cassemiro (Fatec de Mococa – Grupo Teoria Crítica, Tecnologia e Educação;cassemiro.renato@yahoo.com.br)

 1. A sala de aula, o aluno e a escola 
        As transformações sociais no Brasil nas duas últimas décadas possibilitaram a
expansão dos meios de comunicação como celulares, internet e jornais online, entre outras
Tecnologias de Informação, causando grande alvoroço no cotidiano das pessoas. Logo esta
necessidade do saber mais rápido e constante chegou às salas de aula, mudando
paulatinamente o olhar dos profissionais da área educacional sobre o uso de novas
tecnologias.
        A utilização dos mais variados tipos de mídias na educação faz-se necessária para
ampliar o campo de ação no processo de ensino-aprendizagem. O educando deixa de ser
uma tábua rasa para se tornar peça chave junto aos educadores, transformando a escola
não só em um local de transmissão de conhecimento, mas sim em formadores de cidadãos
críticos e conscientes.
        Segundo Monteiro (2015, p.1) com “a tecnologia a todo vapor, passamos a ter
algumas alternativas interessantes para a dinâmica do ensino nas escolas. A sala de aula que
antes se resumia a alunos, professores, quadro, giz, mesas e cadeiras pode agora contar com
novos elementos de multimídia”.
        Com todas as transformações nos meios de comunicação, expressão e até mesmo
escrita, somos levados a refletir sobre a prática docente e os métodos utilizados para sua
aplicação.
        Sendo assim o presente trabalho busca apresentar alternativas que possibilitem que
o professor introduza na sua prática pedagógica vários tipos de mídias como televisão,
aparelho DVD, vídeo cassete, notebook e aplicativos de celulares, com base na pedagogia
crítica em busca da autonomia, tornando assim o ambiente escolar mais próximo da
realidade de muitos alunos.
        A maioria dos alunos do ensino fundamental e médio é representante da chamada
geração Z, ou seja, nascidos após a metade da década de 1990 à 2010. São comumente,
muito plugados a tecnologia, e, mesmo o aluno não possuindo seu próprio computador, é
possível que tenha mantido contato com outros tipos de TICs como compartilhamento de
arquivos, pendrive, smartphones e tablets.
        De acordo com Meyer (2014, p. 2) “se pensarmos um pouco, vamos perceber que
integrantes desta geração nunca viram o mundo sem computador. Outra característica
essencial dessa geração é o conceito de mundo que possui desapegado das fronteiras
geográficas”.
        As TICs estão presentes em vários setores da sociedade, com inúmeras funções
diferentes, desde o auxílio nas atividades diárias de uma empresa, até como uma forma de
expansão da cultura e do lazer.
        Segundo Rodrigues (2002) o ambiente de ensino tem uma nova ressignificação nos
dias atuais:
 
 A sala de aula, como espaço social, representa um campo plural e
permanente de construção de saberes a partir de interações e
representações que constituem as estruturas de produção de saberes. As
interações incorporam significados gerados pelas representações e, estas,
por sua vez, são reelaboradas pelas novas interações, criando novos
significados, mediatizados pelo discurso de sujeitos situados em um
determinado horizonte social, neste caso, o espaço geográfico da sala de
aula, da escola ou da sociedade. (RODRIGUES, 2002, p. 1)
        Percebemos que a sala de aula não é apenas um local onde um professor fala e o
aluno escuta, é um espaço de transformações educacionais, onde conhecimentos são
construídos e repassados entre educadores e educandos.
 
2. O ensino de história no Brasil o professor e as tecnologias de informação e
comunicação como apoio no processo de ensino-aprendizagem
 
        O ensino de história no Brasil tem um passado emblemático, desde o uso de textos
históricos com visões bíblicas, feitas por parte dos jesuítas, à criação do Ministério da
Educação (MEC) na década de 1930 durante o primeiro governo de Getúlio Vargas, até a
extinção da disciplina das escolas públicas durante mais de vinte anos, no período do regime
militar instaurado com o golpe em 1964.
Em todos os tempos, o ensino de História foi permeado por escolhas
políticas. No Brasil, após a proclamação da República, em 1889, a
construção da identidade do país tornou-se prioridade. As elites tinham de
garantir a existência de um estado-nação, escolhendo para ser ensinado
aos alunos conteúdos que exaltavam grandes "heróis" nacionais e feitos
políticos gloriosos. Desde então, poucas mudanças aconteceram em termos
do quê e como ensinar nessa área, e todas foram influenciadas, sobretudo,
pelas visões de quem estava no poder (MARTINS, 2008, p. 1).
        Percebe-se, assim, a importância da disciplina. Mas para que as mais variadas formas
de mídias possam ser inseridas na escola, e mais importante, chegue até os alunos, é
necessário um professor qualificado e atento às novas TICs, um ambiente informacional
disponível, garantindo um equilíbrio entre o novo saber, a escola, o professor e o aluno.
        O sistema de ensino considerado tradicional, onde o professor era apresentado como
o detentor de conhecimento que repassava para seus alunos os conteúdos, sem ser
questionado, deve ser desconsiderado, uma vez que o aluno não pode ser considerado um
recipiente vazio.
        Conforme Freire (2002 p.15), “por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou,
mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos,
sobretudo os das classes populares, chegam a ela – saberes socialmente construídos na
prática comunitária”.
        O uso de rádio nas aulas de história por meio de músicas, com o objetivo de explorar
as letras, para compreensão do período em que foram escritas, ou compará-las com outros
tipos de mídias, como programas de televisão, filmes, vídeo documentários, sites de
pesquisas, mostram o quanto pode ser diversificada a aula com um simples rádio.
Considerada língua universal, a música pode ser muito bem aproveitada nas salas de aula.

 
        Portanto, as mídias são mais que necessárias como ferramentas para a realização de
uma educação que priorize libertar os alunos, no sentido em que eles possam participar
mais das aulas, tornando-se também protagonistas do sistema de ensino-aprendizagem.
        Uma educação cidadã e a construção coletiva de uma proposta de ensino para a
autonomia exige uma postura ética e responsável de cada educador na utilização das novas
tecnologias como ferramentas de investigação e processo de autonomia, tanto para os
educandos como para os educadores. Este é o desafio que está posto para todos os
professores de história e das demais disciplinas das humanidades.
 
3. Referências BIbliográficas 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia, saberes necessários para a prática educativa. 25.
Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Literatura).~
MARTINS, Ana Rita.
Ensino de História. 18.12.2008: Disponível em
<http://historiadoensino.blogspot.com.br/2008/12/ensino-de-histria.html>. Acesso em 09
nov. 2015.
MEYER, Maximiliano.
Quais as diferenças entre as gerações X, Y e Z e como administrar os
conflitos.
16.10.2014: Disponível em <https://www.oficinadanet.com.br/post/13498-quaisas-diferencas-entre-as-geracoes-x-y-e-z-e-como-administrar-os-conflitos>. Acesso em 24
nov. 2015.
MONTEIRO, Victor.
A importância de utilizar mídias na educação. 29.6.2013:
Disponível em <
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/artigos/aimportancia-de-utilizar-as-midias-na-educacao2>. Acesso em 27 out. 2015
RODRIGUES, José Ribamar Torres.
A sala de aula e o processo de construção do
conhecimento.
In: Encontro de Pesquisa da UFPI – 16 a 18/12/02. Disponível em
<http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/eventos/evento2002/GT.2/GT2_14_
2002.pdf>. Acesso em 23 out. 2015.




 

Comentários

  1. Desde quando foram sendo ampliados os horizontes do ensino, a utilização de novas formas de interação entre o educador e o educando foram cada vez mais desenvolvidas conforme o avanço das mídias. Antes com a chegada do rádio, a televisão se tornaram ferramentas complementares no ensino em sala de aula, com os avanços e os recursos de mídias modernos, este horizonte se ampliou com a internet. Por isso cabe aos educadores cada vez mais utilizar bons materiais de vídeo, proporcionando um melhor interesse do aluno sobre o assunto a ser repassado em sala de aula.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exato. É o caminho a ser percorrido, se não, o professor se torna obsoleto!

      Excluir
  2. As mídias são uma ótima oportunidade de diferenciar uma aula, onde os alunos demonstram maior interesse no conteúdo, se esse for abordado de uma forma que se possa usar a tecnologia a favor do conteúdo estudado possibilitando uma aprendizagem interacional.

    ResponderExcluir
  3. As tecnologias cada vez mais estão inseridas no cotidiano dos alunos. A educação deve se apropriar das ferramentas tecnologias para auxiliar no processo de aprendizagem.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog